domingo, 29 de novembro de 2009

Os 10 Cientístas mais malucos do mundo

Desde os levemente excêntricos até os totalmente pirados, estas são 10 figuras inteligentíssimas que andavam numa batida diferente, mas cada um toca o seu som próprio quando juntos.

Todos mudaram como nós vemos o mundo.

Johann Konrad Dippel


Nascido no castelo Frankenstein, Alemanha, este alquimista tornou-se conhecido por haver inventado o Azul Prussiano, uma das primeiras tinturas sintéticas, mas ainda mais famoso por sua busca incansável pelo elixir da imortalidade. Rumores que ele fazia experimentos em corpos humanos pode haver inspirado o personagem mais famoso de Mary Shelley, que levava o mesmo nome do castelo.




                    Wernher von Braun
Com apenas 12 anos Wernher von Braun encheu seu trem de brinquedo com bombinhas e atirou-o pela abarrotada rua German Street. Era o sinal de coisas que viriam depois. O cérebro detrás do foguete V-2 de Hitler chegou aos EUA como prisioneiro de guerra e tornou-se um campeão do programa de exploração espacial e lunar. Além de haver colocado gente na lua ele também dominou o mergulho e a filosofia.




Robert Oppenheimer

O chefão do Projeto Manhattan nunca foi reservado sobre as suas simpatias com o socialismo e seus sentimentos conflitantes sobre soltar bombas atômicas, e finalmente perdeu seu poder acadêmico e político por causa disso. Apesar destas controvérsias ele também é lembrado como o homem que seus estudantes de graduação chamavam de “Oppie”, que aprendeu holandês e sânscrito só porque queria e que citou um texto sagrado Hindu no primeiro teste da bomba atômica.


Freeman Dyson 
O respeitado físico nuclear e prolífico escritor Freeman Dyson era também autor de ficção científica. Em 1960 ele criou a idéia de que, no futuro, os humanos poderiam ter que construir uma redoma artificial, hoje chamada de Esfera de Dyson, que iria abranger todo o sistema solar e tirar o máximo da energia solar. Essa idéia foi retratada em um dos episódios de Star Trek, A Nova Geração. Ele acreditava plenamente em vida extraterrena e acredita que faremos contato com ela nas próximas décadas.

Richard Feynman

Outro colaborador da equipe de gênios do projeto Manhattan que desenvolveu a bomba atômica. O físico Richard Feynman tornou-se um dos cientistas mais importantes do século 20. Além de professor excêntrico, Feyman explorou a música e a natureza, decodificou hieróglifos maias e arrombava fechaduras no seu tempo livre.







Jack Parsons  
Quando ele não estava ocupado co-fundando o Jet Propulsion Laboratory ele estava praticando mágica e chamando a si mesmo de anticristo. Este bad boy misterioso do programa espacial dos EUA não teve educação formal, mesmo assim desenvolveu um combustível de foguetes que levaria os EUA ao espaço e para a Segunda Guerra Mundial. Seu desaparecimento trágico, e apropriadamente dramático, ocorreu quando ele explodiu o seu laboratório e a si mesmo em um experimento em 1952.

James Lovelock
Este moderno cientista ambiental e inventor do “mundo como super-organismo”, a hipótese de Gaia, esteve fazendo medonhas previsões sobre a mudança climática e nosso mundo por décadas até o momento, muitas das quais parecem haver se concretizado. Ele não é tímido ao espalhar as suas previsões ultra-deprimentes: ele afirma que devido à atual crise ecológica é inevitável o desaparecimento de cerca de 80% dos humanos até 2100.

Nikola Tesla
Tesla inventou a corrente alternada, que iniciou a era da eletricidade e permite a transmissão de energia por longas distâncias; inventou também as ondas de rádio. Ele nasceu, apropriadamente, durante uma violenta tempestade de raios em 1856. Ele também foi conhecido como um gênio maníaco que dormia pouco e adorava se exibir usando seu próprio corpo como condutor elétrico em demonstrações públicas. Ele também chegou a fazer alegações de armas de raios super poderosos que poderiam destruir frotas inteiras de navios, entre outras. Quando faleceu estava falido, pois não havia ainda concluído a batalha judicial contra as pessoas que se apropriaram das patentes de suas invenções. Mas finalmente, (e postumamente), venceu o processo e ganhou a propriedade intelectual sobre a corrente alternada.

Leonardo da Vinci

Entre a pintura da obra-prima mais reverenciada da Renascença, Da Vinci também foi bastante excêntrico. Suas anotações de esboços científicos estão na sua maioria escritos em letra cursiva na forma espelhada e são uma “terra da fantasia” de máquinas malucas e projetos brilhantes, muitos dos quais nunca viraram realidade e outros que foram construídos muitos séculos depois, como seu helicóptero rudimentar. Ele foi matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, músico e escritor. Descubra aqui quais foram as 10 melhores idéias de Leonardo Da Vinci.

Albert Einstein

Ele certamente tinha o cabelo de um cientista maluco. Como um dos cientistas mais famosos do século 20, Einstein deu uma reviravolta na física com as teorias da relatividade e fez enormes contribuições nos campos da gravitação e "teoria quântica". Ele também gostava de levar o seu veleiro para a água em dias sem vento “só por causa do desafio”.

sábado, 28 de novembro de 2009

Portal Domínio Público




Portal Domínio Público é uma biblioteca digital da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação do Brasil, chegou aos 14 mil títulos em seu acervo no início de 2006: dez mil em arquivos de texto e quatro mil em outras mídias. O acervo é constituído por obras de domínio público ou devidamente cedidas pelos titulares dos direitos autorais.
O Domínio Público, que iniciou as atividades em novembro de 2004, é um ambiente virtual que permite a coleta, integração, preservação e compartilhamento de conhecimentos, sendo seu principal objetivo o de promover o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas em textos, sons, imagens e vídeos. Paralelamente, o portal tem procurado reproduzir artigos e trabalhos acadêmicos relacionados à educação a distância.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Isaac Newton, um gênio vaidoso


Um dos maiores físicos de todos os tempos, quem diria, era um narcisista convicto. Preocupado com sua imagem, Isaac Newton não só financiou várias das mais de 20 pinturas e bustos que o retrataram, como costumava escolher quais iria distribuir e para quem. Isso é o que mostra um estudo da historiadora da ciência Patricia Fara, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), que analisou os retratos e hábitos do criador da teoria da gravitação universal.
O atual mais famoso retrato do cientista foi pintado por Godfrey Kneller em 1689, dois anos após a publicação da mais conhecida obra newtoniana -- os Principia Mathematica . No artigo publicado em 7 de fevereiro na revista Science , a pesquisadora analisa a tela e identifica ali todos os sinais de um estudioso dedicado e solitário: cabelos grisalhos e despenteados, rosto magro e pálido, mãos delicadas e roupas escuras. Mas como ter certeza da fidelidade ao modelo original?
No século 17, as pinturas eram importantes ferramentas de propaganda e retratavam os grandes pensadores como eles gostariam de ser vistos. "Os artistas adulavam seus clientes e freqüentemente escondiam sinais de velhice", conta Fara em seu artigo. Os pintores de Newton, por exemplo, retratavam-no com um olhar penetrante -- desmentido pelo bispo de Rochester, que conviveu com o cientista por 20 anos.
Os biógrafos de Newton também preservam a imagem de que ele evitava a fama e não se interessava por arte. Esse poderia até ser o comportamento adequado a um gênio discreto, mas evidências visuais apontadas por Fara sugerem que ele moldava a construção de sua imagem pública segundo seus interesses. O fato de financiar a confecção de imagens suas atesta uma grande preocupação com o resultado final.
Algumas delas eram dispostas por sua casa em Londres, onde seus convidados poderiam admirá-las. Certa vez, para impressionar a comunidade internacional de filósofos naturais (como eram então conhecidos os físicos), Newton doou um enorme retrato seu para a Royal Society com o rótulo 'Sir Isaac Newton, President' , estampado em letras de ouro. Ele também costumava enviar figuras suas em agradecimento por favores prestados.
Fara conta que, entre os diferentes retratos de Newton que circularam no século 18, o de 1689 não estava incluído. Ele ainda não havia sido difundido até 1857, quando foi descoberto por um cientista de Manchester (Inglaterra) e disponibilizado em uma grande exposição no local. Desde então, ainda que documentos modernos apontem o cientista como áspero e obsessivo, a pintura de Kneller -- que mostra um bem-vestido Newton, como um gentleman sociável -- transformou-se em ícone do gênio.


"Eureka! Eureka!"




Conta-se que certa vez, Hierão, rei de Siracusa, no século III a.C. havia encomendado uma coroa de ouro, para homenagear uma divindade que supostamente o protegera em suas conquistas, mas foi levantada a acusação de que o ourives o enganara, misturando o ouro maciço com prata em sua confecção. Para descobrir, sem danificar o objeto, se o seu interior continha uma parte feita de prata, Hierão pediu a ajuda de Arquimedes. Ele pôs-se a procurar a solução para o problema, a qual lhe ocorreu durante um banho. A lenda afirma que Arquimedes teria notado que uma quantidade de água correspondente ao seu próprio volume transbordava da banheira quando ele entrava nela e que, utilizando um método semelhante, poderia comparar o volume da coroa com os volumes de iguais pesos de prata e ouro: bastava colocá-los em um recipiente cheio de água, e medir a quantidade de líquido derramado. Feliz com essa fantástica descoberta, Arquimedes teria saído à rua nu, gritando "Eureka! Eureka!" ("Encontrei! Encontrei!"').

Cientistas resolvendo algumas tranformações de coordenadas em mecânica clássica algumas décadas atrás.

Lisa Randall em sala de aula em Harvard 

Richard Phillips Feynman em sala de aula no MIT

Albert Einstein em sala de aula em Princeton

Ensino da Física no Brasil segundo Feynman

Richard Phillips Feynman brilhante físico e divulgador da ciência, ganhador do prêmio Nobel de 1965.

Em relação à educação no Brasil, tive uma experiência muito interessante. Eu estava dando aulas para um grupo de estudantes que se tornariam professores, uma vez que àquela época não havia muitas oportunidades no Brasil para pessoal qualificado em ciências. Esses estudantes já tinham feito muitos cursos, e esse deveria ser o curso mais avançado em eletricidade e magnetismo – equações de Maxwell, e assim por diante.

Descobri um fenômeno muito estranho: eu podia fazer uma pergunta e os alunos respondiam imediatamente. Mas quando eu fizesse a pergunta de novo – o mesmo assunto e a mesma pergunta, até onde eu conseguia –, eles simplesmente não conseguiam responder! Por exemplo, uma vez eu estava falando sobre luz polarizada e dei a eles alguns filmes polaróide.
O polaróide só passa luz cujo vetor elétrico esteja em uma determinada direção; então expliquei como se pode dizer em qual direção a luz está polarizada, baseando-se em se o polaróide é escuro ou claro.
Primeiro pegamos duas filas de polaróide e giramos até que elas deixassem passar a maior parte da luz. A partir disso, podíamos dizer que as duas fitas estavam admitindo a luz polarizada na mesma direção – o que passou por um pedaço de polaróide também poderia passar pelo outro. Mas, então, perguntei como se poderia dizer a direção absoluta da polarização a partir de um único polaróide.
Eles não faziam a menor idéia.
Eu sabia que havia um pouco de ingenuidade; então dei uma pista: “Olhe a luz refletida da baía lá fora”.
Ninguém disse nada.
Então eu disse: “Vocês já ouviram falar do Ângulo de Brewster?”
– Sim, senhor! O Ângulo de Brewster é o ângulo no qual a luz refletida de um meio com um índice de refração é completamente polarizada.
– E em que direção a luz é polarizada quando é refletida?
– A luz é polarizada perpendicular ao plano de reflexão, senhor. Mesmo hoje em dia, eu tenho de pensar; eles sabiam fácil! Eles sabiam até a tangente do ângulo igual ao índice!
Eu disse: “Bem?”

Nada ainda. Eles tinham simplesmente me dito que a luz refletida de um meio com um índice, tal como a baía lá fora, era polarizada: eles tinham me dito até em qual direção ela estava polarizada.
Eu disse: “Olhem a baía lá fora, pelo polaróide. Agora virem o polaróide”.
– “Ah! Está polarizada”!, eles disseram.
Depois de muita investigação, finalmente descobri que os estudantes tinham decorado tudo, mas não sabiam o que queria dizer. Quando eles ouviram “luz que é refletida de um meio com um índice”, eles não sabiam que isso significava um material como a água. Eles não sabiam que a “direção da luz” é a direção na qual você vê alguma coisa quando está olhando, e assim por diante. Tudo estava totalmente decorado, mas nada havia sido traduzido em palavras que fizessem sentido. Assim, se eu perguntasse: “O que é o Ângulo de Brewster?”, eu estava entrando no computador com a senha correta. Mas se eu digo: “Observe a água”, nada acontece – eles não têm nada sob o comando “Observe a água”.
Depois participei de uma palestra na faculdade de engenharia. A palestra foi assim: “Dois corpos… são considerados equivalentes… se torques iguais… produzirem… aceleração igual. Dois corpos são considerados equivalentes se torques iguais produzirem aceleração igual”. Os estudantes estavam todos sentados lá fazendo anotações e, quando o professor repetia a frase, checavam para ter certeza de que haviam anotado certo. Então eles anotavam a próxima frase, e a outra, e a outra. Eu era o único que sabia que o professor estava falando sobre objetos com o mesmo momento de inércia e era difícil descobrir isso.
Eu não conseguia ver como eles aprenderiam qualquer coisa daquilo. Ele estava falando sobre momentos de inércia, mas não se discutia quão difícil é empurrar uma porta para abrir quando se coloca muito peso do lado de fora, em comparação quando você coloca perto da dobradiça – nada!
Depois da palestra, falei com um estudante: “Vocês fizeram uma porção de anotações – o que vão fazer com elas?”
– Ah, nós as estudamos, ele diz. Nós teremos uma prova.
– E como vai ser a prova?
– Muito fácil. Eu posso dizer agora uma das questões. Ele olha em seu caderno e diz: “Quando dois corpos são equivalentes?” E a resposta é: “Dois corpos são considerados equivalentes se torques iguais produzirem aceleração igual”. Então, você vê, eles podiam passar nas provas, “aprender” essa coisa toda e não saber nada, exceto o que eles tinham decorado.
Então fui a um exame de admissão para a faculdade de engenharia. Era uma prova oral e eu tinha permissão para ouvi-la. Um dos estudantes foi absolutamente fantástico: ele respondeu tudo certinho! Os examinadores perguntaram a ele o que era diamagnetismo e ele respondeu perfeitamente. Depois eles perguntaram: “Quando a luz chega a um ângulo através de uma lâmina de material com uma determinada espessura, e um certo índice N, o que acontece com a luz?
– Ela aparece paralela a si própria, senhor – deslocada.
– E em quanto ela é deslocada?
– Eu não sei, senhor, mas posso calcular. Então, ele calculou. Ele era muito bom. Mas, a essa época, eu tinha minhas suspeitas.
Depois da prova, fui até esse brilhante jovem e expliquei que eu era dos Estados Unidos e que eu queria fazer algumas perguntas a ele que não afetariam, de forma alguma, os resultados da prova. A primeira pergunta que fiz foi: “Você pode me dar algum exemplo de uma substância diamagnética?”
– Não.
Aí eu perguntei: “Se esse livro fosse feito de vidro e eu estivesse olhando através dele alguma coisa sobre a mesa, o que aconteceria com a imagem se eu inclinasse o copo?”
– Ela seria defletida, senhor, em duas vezes o ângulo que o senhor tivesse virado o livro.
Eu disse: “Você não fez confusão com um espelho, fez?”
– Não senhor!
Ele havia acabado de me dizer na prova que a luz seria deslocada, paralela a si própria e, portanto, a imagem se moveria para um lado, mas não seria alterada por ângulo algum. Ele havia até mesmo calculado em quanto ela seria deslocada, mas não percebeu que um pedaço de vidro é um material com um índice e que o cálculo dele se aplicava à minha pergunta.
Dei um curso na faculdade de engenharia sobre métodos matemáticos na física, no qual tentei demonstrar como resolver os problemas por tentativa e erro. É algo que as pessoas geralmente não aprendem; então comecei com alguns exemplos simples para ilustrar o método. Fiquei surpreso porque apenas cerca de um entre cada dez alunos fez a tarefa. Então fiz uma grande preleção sobre realmente ter de tentar e não só ficar sentado me vendo fazer.
Depois da preleção, alguns estudantes formaram uma pequena delegação e vieram até mim, dizendo que eu não havia entendido os antecedentes deles, que eles podiam estudar sem resolver os problemas, que eles já haviam aprendido aritmética e que essa coisa toda estava abaixo do nível deles.
Então continuei a aula e, independente de quão complexo ou obviamente avançado o trabalho estivesse se tornando, eles nunca punham a mão na massa. É claro que eu já havia notado o que acontecia: eles não conseguiam fazer!
Uma outra coisa que nunca consegui que eles fizessem foi perguntas. Por fim, um estudante explicou-me: “Se eu fizer uma pergunta para o senhor durante a palestra, depois todo mundo vai ficar me dizendo: “Por que você está fazendo a gente perder tempo na aula? Nós estamos tentando aprender alguma coisa, e você o está interrompendo, fazendo perguntas”.
Era como um processo de tirar vantagens, no qual ninguém sabe o que está acontecendo e colocam os outros para baixo como se eles realmente soubessem. Eles todos fingem que sabem, e se um estudante faz uma pergunta, admitindo por um momento que as coisas estão confusas, os outros adotam uma atitude de superioridade, agindo como se nada fosse confuso, dizendo àquele estudante que ele está desperdiçando o tempo dos outros.
Expliquei a utilidade de se trabalhar em grupo, para discutir as dúvidas, analisá-las, mas eles também não faziam isso porque estariam deixando cair a máscara se tivessem de perguntar alguma coisa a outra pessoa. Era uma pena! Eles, pessoas inteligentes, faziam todo o trabalho, mas adotaram essa estranha forma de pensar, essa forma esquisita de autopropagar a “educação”, que é inútil, definitivamente inútil!




Uma palestra para as autoridades brasileiras

Ao final do ano acadêmico, os estudantes pediram-me para dar uma palestra sobre minhas experiências com o ensino no Brasil. Na palestra, haveria não só estudantes, mas também professores e oficiais do governo. Assim, prometi que diria o que quisesse. Eles disseram: “É claro. Esse é um país livre”.
Aí eu entrei, levando os livros de física elementar que eles usaram no primeiro ano de faculdade. Eles achavam esses livros bastante bons porque tinham diferentes tipos de letra – negrito para as coisas mais importantes para se decorar, mais claro para as coisas menos importantes, e assim por diante.
Imediatamente, alguém disse: “Você não vai falar sobre o livro, vai? O homem que o escreveu está aqui, e todo mundo acha que esse é um bom livro”.
– Você me prometeu que eu poderia dizer o que quisesse. O auditório estava cheio. Comecei definindo ciência como um entendimento do comportamento da natureza. Então, perguntei: “Qual um bom motivo para lecionar ciência? É claro que país algum pode considerar-se civilizado a menos que… pá, pá, pá”. Eles estavam todos concordando, porque eu sei que é assim que eles pensam.
Aí eu disse: “Isso, é claro, é absurdo, porque qual o motivo pelo qual temos de nos sentir em pé de igualdade com outro país? Nós temos de fazer as coisas por um bom motivo, uma razão sensata; não apenas porque os outros países fazem”. Depois, falei sobre a utilidade da ciência e sua contribuição para a melhoria da condição humana, e toda essa coisa – eu realmente os provoquei um pouco.
Daí eu disse: “O principal propósito da minha apresentação é provar aos senhores que não se está ensinando ciência alguma no Brasil!”

Eu os vejo se agitar, pensando: “O quê? Nenhuma ciência? Isso é loucura! Nós temos todas essas aulas”.
Então eu digo que uma das primeiras coisas a me chocar quando cheguei ao Brasil foi ver garotos da escola elementar em livrarias, comprando livros de física. Havia tantas crianças aprendendo física no Brasil, começando muito mais cedo do que as crianças nos Estados Unidos, que era estranho que não houvesse muitos físicos no Brasil – por que isso acontece? Há tantas crianças dando duro e não há resultado.
Então eu fiz a analogia com um erudito grego que ama a língua grega, que sabe que em seu país não há muitas crianças estudando grego. Mas ele vem a outro país, onde fica feliz em ver todo mundo estudando grego – mesmo as menores crianças nas escolas elementares. Ele vai ao exame de um estudante que está se formando em grego e pergunta a ele: “Quais as idéias de Sócrates sobre a relação entre a Verdade e a Beleza?” – e o estudante não consegue responder. Então ele pergunta ao estudante: “O que Sócrates disse a Platão no Terceiro Simpósio?” O estudante fica feliz e prossegue: “Disse isso, aquilo, aquilo outro” – ele conta tudo o que Sócrates disse, palavra por palavra, em um grego muito bom.
Mas, no Terceiro Simpósio, Sócrates estava falando exatamente sobre a relação entre a Verdade e a Beleza!
O que esse erudito grego descobre é que os estudantes em outro país aprendem grego aprendendo primeiro a pronunciar as letras, depois as palavras e então as sentenças e os parágrafos. Eles podem recitar, palavra por palavra, o que Sócrates disse, sem perceber que aquelas palavras gregas realmente significam algo. Para o estudante, elas não passam de sons artificiais. Ninguém jamais as traduziu em palavras que os estudantes possam entender.
Eu disse: “É assim que me parece quando vejo os senhores ensinarem ‘ciência’ para as crianças aqui no Brasil” (Uma pancada, certo?)
Então eu ergui o livro de física elementar que eles estavam usando. “Não são mencionados resultados experimentais em lugar algum desse livro, exceto em um lugar onde há uma bola, descendo um plano inclinado, onde ele diz a distância que a bola percorreu em um segundo, dois segundos, três segundos, e assim por diante. Os números têm Erros – ou seja, se você olhar, você pensa que está vendo resultados experimentais, porque os números estão um pouco acima ou um pouco abaixo dos valores teóricos. O livro fala até sobre ter de corrigir os erros experimentais – muito bem. No entanto, uma bola descendo em um plano inclinado, se realmente for feito isso, tem uma inércia para entrar em rotação e, se você fizer a experiência, produzirá cinco sétimos da resposta correta, por causa da energia extra necessária para a rotação da bola. Dessa forma, o único exemplo de ‘resultados’ experimentais é obtido de uma experiência falsa. Ninguém jogou tal bola, ou jamais teriam obtido tais resultados!”
“Descobri mais uma coisa”, eu continuei. “Ao folhear o livro aleatoriamente e ler uma sentença de uma página, posso mostrar qual é o problema – como não há ciência, mas memorização, em todos os casos. Então, tenho coragem o bastante para folhear as páginas agora em frente a este público, colocar meu dedo em uma página, ler e provar para os senhores.”
Eu fiz isso. Brrrrrrrup – coloquei meu dedo e comecei a ler: “Triboluminescência. Triboluminescência é a luz emitida quando os cristais são friccionados…”
Eu disse: “E aí, você teve alguma ciência? Não! Apenas disseram o que uma palavra significa em termos de outras palavras. Não foi dito nada sobre a natureza – quais cristais produzem luz quando você os fricciona, por que eles produzem luz? Alguém viu algum estudante ir para casa e experimentar isso? Ele não pode”.
“Mas, se em vez disso, estivesse escrito: ‘Quando você pega um torrão de açúcar e o fricciona com um par de alicates no escuro, pode-se ver um clarão azulado. Alguns outros cristais também fazem isso. Ninguém sabe o motivo. O fenômeno é chamado triboluminescência’. Aí alguém vai para casa e tenta. Nesse caso, há uma experiência da natureza.” Usei aquele exemplo para mostrar a eles, mas não faria qualquer diferença onde eu pusesse meu dedo no livro; era assim em quase toda parte.
Por fim, eu disse que não conseguia entender como alguém podia ser educado neste sistema de autopropagação, no qual as pessoas passam nas provas e ensinam os outros a passar nas provas, mas ninguém sabe nada. “No entanto”, eu disse, “devo estar errado. Há dois estudantes na minha sala que se deram muito bem, e um dos físicos que eu sei que teve sua educação toda no Brasil. Assim, deve ser possível para algumas pessoas achar seu caminho no sistema, ruim como ele é.”
Bem, depois de eu dar minha palestra, o chefe do departamento de educação em ciências levantou e disse: “O Sr. Feynman nos falou algumas coisas que são difíceis de se ouvir, mas parece que ele realmente ama a ciência e foi sincero em suas críticas. Assim sendo, acho que devemos prestar atenção a ele. Eu vim aqui sabendo que temos algumas fraquezas em nosso sistema de educação; o que aprendi é que temos um câncer!” – e sentou-se.
Isso deu liberdade a outras pessoas para falar, e houve uma grande agitação. Todo mundo estava se levantando e fazendo sugestões. Os estudantes reuniram um comitê para mimeografar as palestras, antecipadamente, e organizaram outros comitês para fazer isso e aquilo.
Então aconteceu algo que eu não esperava de forma alguma. Um dos estudantes levantou-se e disse: “Eu sou um dos dois estudantes aos quais o Sr. Feynman se referiu ao fim de seu discurso. Eu não estudei no Brasil; eu estudei na Alemanha e acabo de chegar ao Brasil”.
O outro estudante que havia se saído bem em sala de aula tinha algo semelhante a dizer. O Professor que eu havia mencionado levantouse e disse: “Estudei aqui no Brasil durante a guerra quando, felizmente, todos os professores haviam abandonado a universidade: então aprendi tudo lendo sozinho. Dessa forma, na verdade, não estudei no sistema brasileiro”.
Eu não esperava aquilo. Eu sabia que o sistema era ruim, mas 100 por cento – era terrível!
Uma vez que eu havia ido ao Brasil por um programa patrocinado pelo Governo dos Estados Unidos, o Departamento de Estado pediu me que escrevesse um relatório sobre minhas experiências no Brasil, e escrevi os principais pontos do discurso que eu havia acabado de fazer. Mais tarde descobri, por vias secretas, que a reação de alguém no Departamento de Estado foi: “Isso prova como é perigoso mandar alguém tão ingênuo para o Brasil. Pobre rapaz; ele só pode causar problemas. Ele não entendeu os problemas”. Bem pelo contrário! Acho que essa pessoa no Departamento de Estado era ingênua em pensar que, porque viu uma universidade com uma lista de cursos e descrições, era assim que era.

Só pode ser piada, Mr. Feynman

Al Seckel era amigo do maior físico da segunda metade do século 20 – e conta umas histórias.

Uma vez estávamos conversando sobre as coisas sobrenaturais. Sua primeira mulher, Arline, tinha tuberculose e estava internada num hospital enquanto Feynman trabalhava em Los Alamos. Próximo a sua cama ficava um velho relógio. Arline disse a Feynman que ele era o símbolo do tempo que tinham juntos e que deveriam sempre lembrar disso.
No dia em que Arline morreu, Feynman recebeu um bilhete da enfermeira que indicava a hora da morte. Então percebeu que o relógio tinha parado exatamente naquela hora. Era como se ele, que tinha sido o símbolo do tempo que tinham juntos, tivesse parado no momento de sua morte.
“Você fez esta ligação?”, perguntei.
“Nem por um segundo. Imediatamente comecei a pensar como é que poderia ter acontecido. Aí percebi que o relógio era velho e quebrava toda hora. Ele provavelmente parou em algum momento, quando a enfermeira entrou no quarto para registrar a hora, olhou para o relógio e marcou a hora que ele indicava."

Richard Feynman era Nobel de Física e tinha fama de ser rápido e um pouco mais brilhante que os brilhantes.
Numa ocasião, Feynman e eu fomos a uma palestra dada por um professor visitante. Chegamos cedo e pegamos cadeiras na primeira fila. Feynman percebeu que o palestrante deixara suas notas numa cadeira ao lado. Ele então deu uma lida nelas e percebi que prestava atenção rigorosa. Aí as pôs de volta. Durante a palestra, o professor disse “Investi muito tempo trabalhando nesta derivação particular desta fórmula…” Então Feynman interveio: “Ahh, a solução é óbvia! É…” O professor e o resto do público ficaram estupefatos quando Feynman pareceu resolver o problema de cabeça, na hora. Quando deixamos a palestra, dei-lhe uma piscadela. Ele sorriu.

E, sim, Dick Feynman era um bocado excêntrico – dick, aliás, além de apelido de Richard é também o apelido de um certo membro da anatomia masculina.
Numa festa, uma moça muito bonita e sensual se apresentou para mim. Descobri que era uma stripper e atriz pornô conhecida chamada Candi Samples. Quando soube que estudava física, me perguntou se eu conhecia um sujeito chamado Dick Feynman. “Sim”, respondi. Fiquei impressionado que ela o conhecesse. “Mas ele é um dos meus maiores fãs”, ela disse.
Uns dias depois, estou na sala de Feynman e estamos conversando e digo “Hey, me encontrei com uma conhecida sua muito interessante numa festa noite dessas. O nome dela é Candi Samples.” Feynman sorriu e disse “Al, veja isso!” Foi ao seu arquivo no qual sempre imaginei que estavam seus trabalhos mais importantes. Não demorou muito até que puxasse uma fotografia preto e branca de Candi Samples nua no qual estava escrito “Para Big Dick, com amor, Candi Samples”.

Foto do quadro negro utilizado por Richard Feynman

Foto do quadro negro utilizado por A. Einstein

"Nasa tem que tentar ir a Marte"


O astronauta Edwin "Buzz" Aldrin, da missão Apollo 11 --que amanhã completa 40 anos da chegada à Lua--, afirmou que a Nasa (agência espacial americana) deve fixar como objetivo levar o homem a Marte.
Em declarações ao programa de TV "Fox News Sunday", Aldrin disse que a Nasa teve razão ao suspender o programa de voos tripulados à Lua em 1972, após seis viagens, por razões de orçamento.
O astronauta, que amanhã será recebido na Casa Branca pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, junto a seus companheiros da espaçonave Apollo 11, Neil Armstrong e Michael Collins, lembrou seus primeiros passos na Lua, em 20 de julho de 1969.
"Um lugar tão desolado, tão completamente sem vida. Provavelmente não tinha mudado muito nos últimos 100 mil anos", contou.
Segundo ele, Marte, pelo contrário, é "muito mais adequado para as pessoas, muito mais habitável e possivelmente é fonte de vida".
A Nasa deve encerrar no final de 2010 os voos de seus três principais ônibus espaciais, Endeavour, Discovery e Atlantis.
Dos cinco já construídos, o Challenger se desintegrou após o lançamento em 1986 e o Columbia queimou na entrada na atmosfera terrestre em 2003.
Em lugar das naves, a Nasa planeja um programa dotado de US$ 35 bilhões para a construção de uma nova geração de cápsulas espaciais, as Orion, com o objetivo de voltar a levar o homem à Lua em 2020. Em artigo publicado neste domingo no "Daily News", Aldrin insiste que esse programa não servirá para muito se não tiver como objetivo final levar o homem a Marte.
O astronauta, que propõe usar a Lua como um território de pesquisa para todos os países, considera que a conquista de Marte pode dar bons resultados para descobertas científicas e para um maior entendimento dos processos como a mudança climática.

Tabela periódica

Achar uma boa tabela periódica, com informações rápidas e precisas nem sempre é uma tarefa fácil. A dica dos dois sites com tabelas de consulta rápida pode ser uma boa alternativa para quem precisa algumas informações sobre alguns elementos. A boa e velha wikipedia pode ser o caminho, mas a navegabilidade nem sempre é das melhores.
          Neste site você encontra uma tabela em flash

As Histórias divertidas de Albert Enisten



Albert Einstein com sua incrível capacidade de raciocínio era um piadista incorrígivel, se deparava com uma situação insólita sempre questinava de forma a causar risos, pelo menos àqueles que entendiam.

Certa vez um jornalista perguntou-lhe:
- "O Senhor poderia pr favor me explicar a Lei da Relatividade?"
- "E o senhor poderia me explicar como se frita um ovo?"
respondeu Einstein ao espantado reporter.
- "Pois, sim, sim que posso", ao qual Einstein replicou:
- "Bom, pois o faça, mas imaginando que eu não sei o que é um ovo, nem uma frigideira, nem o azeite, nem o fogo"

Durante o nazismo Einstein, por causa de ser judeu, teve que suportar uma guerra pessoal dos alemães que queriam a todocusto desprestigiar suas pesquisas Uma destas tentativas se deu quando compilaram as opiniões de 100 cientistas que contradiziam as de Einstein, editadas num livro chamado "Cem autores na contramão de Einstein". Einstein respondeu:
- "Para que cem?. Se eu estivesse errado somente um bastaria".

Numa conferência que Einstein deu no Colégio de França, o escritor francês Paul Valery lhe perguntou:
- "Professor, quando o senhor tem uma idéia original, que faz? Anota-a num caderno ou numa folha solta?"
Ao que Einstein respondeu:
- "Quando tenho uma idéia original, não a esqueço".

Einstein teve três nacionalidades: alemã, suíça e estadunidense. Ao final de sua vida, um jornalista perguntou-lhe que possíveis repercussões tinham tido sobre sua fama estas mudanças. Einstein respondeu:
- "Se minhas teorias tivessem resultado falsas, os estadunidenses diriam que eu era um físico suíço; os suíços, que era um cientísta alemão; e os alemães que era um astrônomo judeu".

Em 1919, Einstein foi convidado pelo inglês Lord Haldane a compartilhar uma vigília com diferentes personalidades. Entre estas tinha um aristocrata muito interessado nos trabalhos do físico. Depois de uma longa conversa, o inglês explicou a Einstein que tinha perdido recentemente o seu mordomo e que ainda não tinha encontrado um sustituto.

- "Eu mesmo tive que fazer as pregas da calça, e perdi quase duas horas". Einstein comentou:

- "Não me diga?!? Dê uma olhada na minha calça amarrotada, pois demorei quase cinco anos para deixá-la assim."

Conta-se que numa reunião social Einstein encontrou com o ator Charles Chaplin. Em decorrência da conversa, Einstein disse a Chaplin:
- "O que sempre admirei em você é que sua arte é universal; todo mundo lhe compreende e lhe admira".

Chaplin respondeu:

- "O seu é bem mais digno de respeito: todo mundo o admira e praticamente ninguém o compreende".

E por último uma das piadas preferidas que Einstein relatasse em reuniões com políticos e cientistas. Conta-se que nos anos 20 quando Albert Einstein começava a ser conhecido por sua Teoria da Relatividade, era com freqüência solicitado pelas universidades para dar conferências. Dado que não gostava de dirigir e no entanto o carro lhe resultava muito cômodo para seus deslocamentos, contratou os serviços de um motorista. Após vários dias de viagem, Einstein comentou ao motorista o quanto era chato repetir todo o mesmo e toda vez.

- "Se quiser -disse-lhe o motorista- posso substituir o senhor por uma noite. Ouvi sua conferência tantas vezes que já sei de cor."

Einstein concordou antes de chegarem ao seguinte lugar, trocaram suas roupas e Einstein foi para o volante. Chegaram à sala onde ser celebrada a conferência e como nenhum dos acadêmicos presentes conhecia Einstein, a farsa não foi descoberta: O motorista expôs a conferência que tinha ouvido repetir tantas vezes e ao final, um professor na audiência fez-lhe uma pergunta. O motorista não tinha nem idéia de qual podia ser a resposta, no entanto teve um estalo de inspiração e respondeu:

- "A pergunta que me faz é tão singela que deixarei que meu motorista, que se encontra no final da sala, lhe responda."

50 curiosos fatos científicos



01. A velocidade da luz, geralmente arredondada em 300.000 km/s, é de exatamente 299.792,548km/s.

02. São necessários 8 minutos e 17 segundos para a luz viajar da superfície do sol à terra.

03. 10% de todos os humanos já nascidos, estão vivos neste momento.

04. A terra gira à 1.600 km/h, mas viaja em sua órbita ao redor do sol a mais de 107.000 km/h.

05. Todo ano, um milhão de terremotos sacodem a terra.

06. Quando Krakatoa entrou em erupção, em 1883, a força de sua explosão foi tão grande que pode ser escutada à mais de 7.700 km. de distância, na Austrália.

07. A cada segundo, 100 raios atingem a superfície terrestre.

08. Todo ano, 1.000 pessoas morrem vítimas de raios.

09. Em outubro de 1999, um iceberg do tamanho de Londres, soltou-se do continente Antártico.

10. Se você conseguisse dirigir seu carro na vertical, direto para cima, levaria apenas uma hora para chegar ao espaço (algo em torno de 65 km).

11. A tênia, um verme que pode viver no sistema digestivo humano, pode atingir quase 23 metros de comprimento.

12. A Terra tem 4,56 bilhões de anos, a mesma idade da Lua e do Sol.

13. Os dinossauros extinguiram-se antes da formação das Montanhas Rochosas e dos Alpes.

14. A aranha viúva negra, come o macho depois do acasalamento.

15. Quando uma pulga salta, a aceleração à qual ela se submete chega à 20 vezes a de um ônibus espacial durante o seu lançamento.

16. Se o sol tivesse apenas 1 centímetros de diâmetro, a estrela mais próxima dele estaria à 285 quilômetros de distância.

17. Astronautas não conseguem arrotar quando no espaço – não existe gravidade para separar os líquidos dos gasosos em seus estômagos.

18. O ar no topo do monte Everest, à 8.850 metros de altura, só tem um terço da densidade que apresenta ao nível do mar.

19. 1/1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 de segundos antes do Big Bang, o universo era do tamanho de uma ervilha.

20. O DNA foi descoberto em 1869 pelo suíço Friedrich Mieschler.

21. A estrutura molecular do DNA foi determinada pela primeira vez em 1953 por Watson e Crick.

22. O primeiro cromossoma humano foi construído por cientistas americanos em 1997.

23. O termômetro foi inventado em 1607 por Galileu Galilei.

24. Alfred Nobel, pai do famoso prêmio, foi o inventor e fez fortuna com a dinamite em 1866.

25. Wilhelm Rontgen venceu o primeiro prêmio Noval de física em 1895, por ter descoberto o raio-x.

26. A maior árvore documentada foi um eucalipto australiano, que em 1872 tinha pouco mais de 130 metro de altura.

27. Christian Barnard fez o primeiro transplante de coração em 1967, o paciente sobreviveu 18 dias com o novo órgão.

28. Uma enguia elétrica pode dar um choque de 650 volts.

29. Comunicações sem fio deram um grande passo em 1962, com o lançamento do Telstar, o primeiro satélite capaz de retransmitir sinais de telefone e televisão.

30. O vírus Ebola mata 80% dos humanos que infecta.

31. Dentro de 5 bilhões de anos, o sol vai ficar sem energia e se transformar em um “gigante vermelho”

32. As girafas dormem apenas vinte minutos por dia. Eventualmente, elas podem dormir até 2 horas por dia, mas nunca de uma só vez, sempre em pequenos cochilos.

33. O corpo humano tem mais de 96.000 km de vasos sangüíneos.

34. Uma célula sangüínea leva apenas 60 segundos para completar uma circulação completa pelo corpo.

35. No dia que Alexander Graham Bell foi enterrado, todo o sistema de telefonia dos EUA foi desligado por um minuto, em sua homenagem.

36. O chamado de baixa freqüência feito pela baleia jubarte, é o som mais barulhento produzido por um ser vivo.

37. 25% de todas as plantas do mundo estão ameaças de extinção até o ano 2010.

38. Cada pessoa perde 40 kg. de pele durante sua vida.

39. Com 37 centímetros, as lulas gigantes são os seres vivos com maior olhos da Terra.

40. O Universo contém mais de 10 bilhões de galáxias.

41. Quando se colocam larvas sobre feridas, elas curam mais rápido e sem risco de infecções ou gragrenas.

42. Mais germes se transferem em um aperto de mãos que em um beijo.

43. A velocidade mais rápida com que a chuva cai, são 29 km/h.

44. Seria necessária uma hora inteira para um objeto pesado afundasse 10,9 km., no local mais profundo de todos os oceanos.

45. Cerca de um quatrilhão de neutrinos do Sol passaram através do seu corpo enquanto você lia esta frase.

46. O local mais profundo de todos os oceanos são as Fossas Marianas, no pacífico, com exatos 10.910 metros.

47. A cada hora, o universo se expande 1,6 bilhões de quilômetros (um bilhão de quilômetros em cada direção).

48. Parte da interferência na sua TV se deve as ondas do Big Bang que gerou o universo.

49. Mesmo viajando à velocidade da luz, seriam necessários dois milhões de anos para ir da Terra à galáxia mais próxima, Andrômeda.

50. Um dedal de neutros de uma estrela, pesa mais de 100 milhões de toneladas.

Mulher de outras dimensões


Comparada a Jodie Foster e uma das físicas mais citadas do mundo, a americana Lisa Randall lança livro para explicar o que há de novo nas pesquisas sobre a natureza fundamental do Universo

Flávio de Carvalho Serpa escreve para a Folha de São Paulo

Ser comparada a Jodie Foster, a bela artista de enormes olhos azuis, deixa a física teórica Lisa Randall constrangida. "É engraçado", respondeu ela meio secamente à Folha. Numa entrevista a Ira Flatow, premiado âncora da rádio pública americana NPR, a pergunta emergiu de novo, como sempre acontece. Mas, dessa vez, a curiosidade em saber como se sente uma mulher que pode ser tão bonita como uma artista de Hollywood e inteligente ao ponto de adicionar mais dimensões às clássicas equações de Albert Einstein acabou virando um pequeno escândalo e terminando nas páginas do jornal "The New York Times". O blog de ciência "Cosmic Variance" acusou Flatow de estar passando uma cantada ao vivo na cientista, sem falar no conteúdo machista implícito do tipo "bonita e inteligente".
Randall disse à Folha, por e-mail -nos intervalos entre as viagens de promoção e conferências sobre seu recém-lançado livro "Warped Passages" ("Passagens Torcidas", sem tradução no Brasil)-, que nem tem tanta certeza se se parece com Foster, a não ser pelo fato de a atriz ter também fama de ser muito séria.
A curiosidade é justificável porque a foto que adorna sua página acadêmica na Universidade Harvard, onde ela leciona física, feita há muitos anos por um fotógrafo cult de New York, Jack Lindholm, é realmente hollywoodiana. Mesmo agora, aos 43 anos, solteira e sem filhos, Randall é uma figura que salta aos olhos, embora isso a deixe constrangida. Não tanto por posições feministas. Ela é altamente competitiva, acredita no poder dos desafios e não quer nenhum desconto por ser mulher. Seu currículo dá inveja a qualquer marmanjo barbudo da área de física teórica.
Além de ser a primeira mulher titular na cadeira de Física em Harvard, a universidade mais conceituada do mundo, ela coleciona primeiras titularidades femininas em Princeton e no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Foi a física teórica mais citada do planeta durante cinco anos, com mais de 10 mil citações.
A carreira de Randall começou na famosa e de difícil acesso Stuyvesant High School, em Nova York, onde foi colega de classe do não menos famoso cientista das teorias de cordas Brian Greene, autor de "O Universo Elegante" e "O Tecido do Cosmo".
No começo deste ano ela foi de novo para a ribalta, meio a contragosto, quando o presidente de Harvard, Lawrence Summers, cometeu a gafe de declarar que são poucas as mulheres na ciência por causa de diferenças genéticas. Na polêmica que estourou ele acabou tendo de admitir que falou demais e Randall foi indicada para trabalhar numa força-tarefa com o objetivo de monitorar a participação científica feminina e sugerir medidas reparadoras da situação. Leia a seguir a entrevista:

- Como a sra. se sente quando a comparam com a Jodie Foster?

É engraçado. Imagino que deva ser lisonjeiro, mas também é perturbador. Em toda a carreira você tenta afastar o fato de que você tem uma aparência diferente e apenas fazer seu trabalho. É muito estranha a atenção que dão a isso. E realmente não tenho certeza de que me pareço com ela. Mas ela é uma das atrizes com aparência mais séria que conheço e muitas mulheres com mentes científicas se parecem com ela. É uma coisa gozada.

- Quando ouvem falar de outras dimensões muitas pessoas logo pensam em coisas como mundos paralelos, planos espirituais ou ficção científica. Já lhe pediram explicações sobre esses assuntos?
Muita gente pergunta sobre essas coisas. Perguntam-me também sobre experiências de quase morte, explicações sobre a consciência e outros fenômenos que esperam entender com outras dimensões. Respondo que só falo sobre leis físicas que entendemos. Especialmente quando se trata de assuntos como os que estudo, que são meio abstratos e podem soar como ficção científica. É muito importante não misturar fatos com ficção. Tomo muito cuidado para não fazer isso. Não sabemos ainda como o Universo é na realidade, mas conhecemos relações que podem ser deduzidas usando nossos conhecimentos da gravidade. Se fizermos determinadas suposições, algumas dessas suposições podem até ser testadas com experiências. Isso não pode ser feito quando se especula sobre planos espirituais ou em muitas das idéias de ficção científica. Só aceitei o uso de dimensões extra na física depois que muitos cientistas, inclusive eu, tentaram explicações alternativas. Explicar fenômenos espirituais com outras dimensões não tem respaldo científico. Não é o que me interessa, uma vez que não acho isso um caminho para avançar o conhecimento e porque isso é completamente diferente do que entendemos com a física.

- O público leigo se surpreende também quando a sra. fala que a gravidade é uma força muito fraca? Afinal o senso comum diz que um bom tombo pode ser fatal.
A idéia de que a força da gravidade é fraca está baseada em expectativas baseadas na mecânica quântica e na teoria da relatividade especial. Baseado no poder das outras forcas, como a eletromagnética ou as forças atômicas, era de se esperar que a gravidade fosse mais forte. Afinal um pequeno ímã atrai um clipe de papel competindo com a força gravitacional do planeta inteiro. É um grande mistério porque as diferentes forças têm intensidades tão diferentes.

- O grande colisor de partículas do Cern (Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear, localizado na Suíça) denominado LHC, que começa a funcionar em 2007, pode comprovar partes da sua teoria envolvendo outras dimensões. A sra. sugeriu algum tipo de experiência específica?
Dou sugestões e depois estudo e interpreto resultados. Realmente estou interessada em algumas "assinaturas" que podem aparecer nos experimentos. Se a teoria com a qual explicamos a fraqueza da gravidade for correta, vão aparecer rastros de partículas chamadas Kaluza-Klein, que teoricamente viajam em outras dimensões. Estudando massa e propriedades dessas partículas vamos poder inferir a existência de outras dimensões. É por isso que essas teorias são tão instigantes. Se estiverem corretas, vamos saber nos próximos cinco anos. O LHC (Grande Colisor de Hádrons) do Cern, um enorme acelerador de partículas que vai colidir prótons, terá energia suficiente para criar partículas que viajam em outras dimensões, se elas existirem. Medindo massas e propriedades dessas partículas vamos poder aprender sobre outras dimensões.


- Em "Warped Passages", a sra. diz não saber por que um mundo de três dimensões poderia ser tão especial a ponto de responder pela realidade observada. Mas depois publicou um artigo na revista "Physical Review Letters" sugerindo que as leis da física podem ter uma preferência por três e por sete dimensões. A sra. vê algum tipo de idéia darwiniana nisso?
É um tipo de conceito darwiniano: a sobrevivência do mais apto. Apesar de não haver nada nas leis fundamentais da física que diga que as três e sete dimensões são especiais, se você deixar um Universo de dez dimensões (como o sugerido pela teoria das cordas) evoluir, ao final você vai ver o domínio de objetos de três e sete dimensões chamados branas, nos quais provavelmente estamos. Eles sobrevivem porque diluem menos quando o Universo se expande e quando as interações são levadas em conta.

- Será que o Super-Homem poderia vir ao nosso mundo trazendo forças nativas de outras branas ou dimensões, desafiando a gravidade?
É possível. Isso não necessariamente desafiaria a gravidade, mas talvez eles experimentassem outras forças e a interação gravitacional diferentemente do que experimentamos.

- Como a sra. se sentiu quando Lawrence Summers, reitor da Universidade Harvard, disse que existiam poucas mulheres cientistas devido a diferenças inatas entre os sexos?
Suas afirmações estavam baseadas em idéias não-comprovadas cientificamente. Felizmente as pessoas sabem disso agora. Ele certamente agora sabe.

- A sra. notou algum progresso na situação desde que passou a participar da força-tarefa em Harvard para tratar da pouca participação das mulheres na ciência?
A administração tem agora um superintendente-assistente e um reitor-assistente com a ocupação explícita de monitorar os assuntos de participação das mulheres. Por enquanto é mais em nível de corpo docente, mas existem sugestões para melhorar o ambiente para estudantes também.

- E para outras minorias, o que acha que deve ser feito?
Só porque faço ciência e sou mulher isso não me torna uma especialista nesses assuntos. Eu faço física. Sociólogos e outros profissionais estudam explicitamente essas questões. Posso perceber situações que não são ideais para mulheres e minorias, mas não necessariamente sei o que podemos fazer para mudar. Certamente ter minorias mais ativas na ciência vai melhorar as coisas. Essa é uma das muitas razões que me levaram a escrever um livro. Ver pessoas como eu fazendo um livro certamente vai encorajar mais pessoas que não se ajustam aos estereótipos a entrar nesse campo. Acredito que a universidade encarar a existência de preconceitos e iniqüidades explícitas ou veladas já será um importante passo na direção certa. Deveriam existir orientações para ensinar ou lidar com estudantes direcionadas a pessoas que desavisadamente ignoram as minorias ou as tratam diferentemente. E em qualquer nível devem existir maneiras de lidar com problemas se e quando eles ocorrerem. E queremos também ter certeza de que o sistema educacional tenha um nível de excelência de modo que as pessoas não tenham de depender de redes e comunidades de apoio para aprender coisas e serem autoconfiantes.

- O que a sra. pensa da função do desafio intelectual no desenvolvimento? No seu tempo de colégio, quando foi colega de classe de Brian Greene, vocês se sentiam desafiados? Eram considerados nerds? 
Fomos para uma escola "ímã". É uma escola pública, mas que você tem de passar por testes para entrar. Portanto os alunos eram mais inteligentes e valorizavam mais a educação do que os das escolas típicas. Eu gostava muito porque a escola era em Manhattan (eu morava no Queens). Tinha tanto tipo de gente a que as categorias mais comuns não se aplicavam de modo geral. E, sim, acho que se sentir desafiado é muito importante. Se os alunos se sentem entediados eles não vão ter inspirações. Desafios movem as pessoas para a frente. E quase sempre elas acham isso divertido.

- A sra. escreveu "Warped Passages" para mostrar a um público mais amplo que as mulheres também podem fazer ciência. Já teve algum retorno dessa audiência?
Essa não foi a única razão porque escrevi o livro. É um benefício colateral. Escrevi o livro para explicar o que está acontecendo no campo da nossa pesquisa. Queria tornar isso acessível ao público em geral. Gostaria que o público em geral entendesse nossas motivações e algumas conexões e gostaria também de desmistificar a ciência. Recebi um retorno muito positivo de homens e mulheres que leram o livro. Pessoas ficaram entusiasmadas. Apesar de eu ter pensado mais em mulheres jovens que deveriam fazer ciência, recebi muito retorno positivo de mulheres mais velhas, felizes de saber que existem pessoas fazendo coisas como as que faço. Mesmo que elas tenham feito escolhas diferentes, elas se sentem satisfeitas em saber que existem mulheres fazendo o trabalho que faço.

- Por que a sra. não se sente à vontade falando sobre "essas coisas de mulher na ciência"?
Freqüentemente sou questionada sobre esse assunto e em geral eu respondo. Mas meu trabalho não é sobre mulheres na ciência. Eu faço física. Quero ajudar a melhorar a situação, mas também penso que a melhor forma de fazer isso é me concentrar na ciência.

- No caso de mulheres cientistas, a maternidade é o principal problema?
Não sei se tem uma coisa que seja o principal problema para todas as mulheres ou todas as pessoas. Com certeza é difícil conciliar a carreira com a família com tantos problemas de disponibilidade de tempo que as duas coisas exigem. Seria bom conseguir facilitar tanto quanto fosse possível. Mas eu não sei a resposta.

- A sra. levou um tombo grave quando escalava rochas e ficou meses engessada. Não é uma cientista tradicional que fique confinada a uma sala ou laboratório?
Gosto de atividades físicas. É uma pausa de bem-estar contra a rotina de ficar apenas sentada numa sala. Mas estou sem tempo para tomar tombos de novo.

Obra busca explicar fraqueza da atração gravitacional

A maçã que se esborrachou na cabeça de sir Isaac Newton, diz a lenda, acordou-o com um lampejo que iluminaria toda a história futura. A mesma força que acertou a fruta madura na sua cabeça era a que mantinha a Lua e os astros em suas órbitas celestiais, concluiu Newton.
A física teórica Lisa Randall também teve o seu encontro duro com a gravidade, mas em vez de estalo criativo acordou num helicóptero, voando às pressas para o hospital, com o calcanhar quase destruído e escoriações generalizadas. Ela foi acidentalmente atraída pela gravidade, quando escalava uma rocha no Parque Nacional de Yosemite. A pancada gravitacional teve sua compensação, como no caso de Newton. Durante vários meses, presa a uma cama com a perna engessada, rascunhou o recém-lançado "Warped Passages" e pôde refletir ironicamente sobre a gravidade. A ironia é que seus trabalhos acadêmicos tentam explicar justamente o que os físicos consideram ser a desprezível fraqueza dessa força, em comparação com todas as outras conhecidas.

Se a força da gravidade fosse um pouco mais forte, o tombo de Yosemite resultaria num bonito epitáfio: aqui jaz a jovem Lisa Randall, a física teórica mais citada nos últimos cinco anos, aquela para quem o inglês Stephen Hawking guarda o lugar na mesa enquanto ela vai ao pódio dar suas esotéricas palestras teóricas, sobre dimensões adicionais ocultas do nosso Universo. A fraqueza da força gravitacional sempre foi uma pedra no sapato da física. É o que os cientistas chamam de "questão hierárquica": a gravidade é dezenas de milhões de bilhões de vezes mais fraca do que seria de se esperar no chamado modelo padrão da física de partículas. Em termos práticos, como gosta de explicar Randall, basta um ímã para anular toda a força gravitacional do planeta sobre um clipe ou um grampo de papel. "Warped Passages" não é, portanto, uma obra de exploração dos mundos com mais dimensões, mas sim uma que usa o recurso de uma dimensão adicional oculta para explicar a debilidade da força gravitacional.
Não espere encontrar especulações sobre como poderiam ser os seres grotescos ou formidáveis de uma dimensão onde a força da gravidade é tão poderosa. Mas ao longo do livro vão aparecer coisas espantosamente exóticas como as branas, o nome genérico da nossa popular membrana que é uma brana particular de somente três dimensões, como o couro de um tambor quando ressoa, ele obedece a equações matemáticas da mesma forma que uma corda de violino.
A totalidade do Universo é uma coisa chamada "bulk", ou "espaço de imersão", com muitas dimensões. Dentro dele podem existir várias branas-mundo, também de dimensões variadas, mas sempre com menos dimensões que o "bulk". Vivemos numa brana privilegiada (do nosso ponto de vista, claro), com três dimensões espaciais e o tempo. Mas por algum acidente cósmico ou por força de alguma lei desconhecida, a força da gravidade, que faz maçãs e alpinistas despencarem, não mora na nossa brana. Estão quase grudadas em outra, batizada de brana-Planck, onde ela reina absoluta e com potência plena.
Quando Randall e seu colega Raman Sundrum fizeram as contas, descobriram que o caminho entre as branas contidas no "bulk", o nosso Universo, era fortemente torcido. Quer dizer, a força da gravidade (ou os grávitons, suas partículas portadoras) tinha de desgrudar da brana-Planck e se retorcer para vazar até a nossa brana, a que contém todas as galáxias visíveis. Por essa razão a gravidade chega aqui tão fraca, teoriza a pesquisadora americana.

(Folha de SP, 27/11)