sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Só pode ser piada, Mr. Feynman

Al Seckel era amigo do maior físico da segunda metade do século 20 – e conta umas histórias.

Uma vez estávamos conversando sobre as coisas sobrenaturais. Sua primeira mulher, Arline, tinha tuberculose e estava internada num hospital enquanto Feynman trabalhava em Los Alamos. Próximo a sua cama ficava um velho relógio. Arline disse a Feynman que ele era o símbolo do tempo que tinham juntos e que deveriam sempre lembrar disso.
No dia em que Arline morreu, Feynman recebeu um bilhete da enfermeira que indicava a hora da morte. Então percebeu que o relógio tinha parado exatamente naquela hora. Era como se ele, que tinha sido o símbolo do tempo que tinham juntos, tivesse parado no momento de sua morte.
“Você fez esta ligação?”, perguntei.
“Nem por um segundo. Imediatamente comecei a pensar como é que poderia ter acontecido. Aí percebi que o relógio era velho e quebrava toda hora. Ele provavelmente parou em algum momento, quando a enfermeira entrou no quarto para registrar a hora, olhou para o relógio e marcou a hora que ele indicava."

Richard Feynman era Nobel de Física e tinha fama de ser rápido e um pouco mais brilhante que os brilhantes.
Numa ocasião, Feynman e eu fomos a uma palestra dada por um professor visitante. Chegamos cedo e pegamos cadeiras na primeira fila. Feynman percebeu que o palestrante deixara suas notas numa cadeira ao lado. Ele então deu uma lida nelas e percebi que prestava atenção rigorosa. Aí as pôs de volta. Durante a palestra, o professor disse “Investi muito tempo trabalhando nesta derivação particular desta fórmula…” Então Feynman interveio: “Ahh, a solução é óbvia! É…” O professor e o resto do público ficaram estupefatos quando Feynman pareceu resolver o problema de cabeça, na hora. Quando deixamos a palestra, dei-lhe uma piscadela. Ele sorriu.

E, sim, Dick Feynman era um bocado excêntrico – dick, aliás, além de apelido de Richard é também o apelido de um certo membro da anatomia masculina.
Numa festa, uma moça muito bonita e sensual se apresentou para mim. Descobri que era uma stripper e atriz pornô conhecida chamada Candi Samples. Quando soube que estudava física, me perguntou se eu conhecia um sujeito chamado Dick Feynman. “Sim”, respondi. Fiquei impressionado que ela o conhecesse. “Mas ele é um dos meus maiores fãs”, ela disse.
Uns dias depois, estou na sala de Feynman e estamos conversando e digo “Hey, me encontrei com uma conhecida sua muito interessante numa festa noite dessas. O nome dela é Candi Samples.” Feynman sorriu e disse “Al, veja isso!” Foi ao seu arquivo no qual sempre imaginei que estavam seus trabalhos mais importantes. Não demorou muito até que puxasse uma fotografia preto e branca de Candi Samples nua no qual estava escrito “Para Big Dick, com amor, Candi Samples”.

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